Publicado por: Kássia Arlene | 14/06/2009

Como ficará o setor externo do Brasil nesse contexto difícil

CRISE? QUE CRISE?

Mais que otimistas, temos que ser realistas.  Ainda, que alguns “brasileiros” estejam torcendo e até atuando para que o Brasil sofra um impacto forte com a crise que ocorre lá fora, veja, abaixo, 10 itens de puro realismo.

O BRASIL TEM:

1.       Reservas de 200 bilhões de dólares intocados depois de seis meses de crise;

2.       Bancos competentes, regulados, com baixa exposição a riscos e provisionados contra calotes;

3.       Ausência de bolhas de crédito e imobiliária, com potencial de crescimento real dos setores;

4.       Mercado interno forte, crescendo em poder de compra e em proporção da população;

5.       Matriz energética mais ‘verde’ do mundo, com independência de petróleo importado;

6.       Estabilidade política, em que a democracia foi entronizada como patrimônio nacional;

7.       Estabilidade econômica e arcabouço regulatório imperfeito, mas previsível;

8.       Maior exportador de alimentos do mundo, o que garante vendas externas volumosas em qualquer cenário;

9.       Mercado externo diversificado, com compradores em todo o mundo e mercadorias de crescente valor agregado;

10.   As mesmas projeções que apontam estagnação no mundo estimam crescimento do PIB no Brasil em 2009.
                                                                                                                                                                                                                                       Matéria de Capa, revista Veja, 04.03.09

“Olhemos em silêncio, aprendamos a ouvir, talvez depois finalmente, sejamos capazes de compreender.”  José Saramago, escritor português

 

Considerações finais 

            A economia global viveu recentemente mais um episódio da recessão norte-americana, reflexo do estouro da sua bolha imobiliária, desencadeada pelas fortes turbulências verificadas nos mercados financeiros internacionais, com a conseqüente queda nas cotações das Bolsas de Valores em todo o mundo. Nos Estados Unidos foram tomadas medidas em conjunto pela autoridade monetária, através da redução da taxa básica de juros em reunião antecipada pelo FED e o anúncio do pacote fiscal de cerca de US$ 145 bilhões pela Casa Branca para tentar reativar a economia estadunidense. No Fórum Econômico Mundial realizado na Suíça, os questionamentos sobre os rumos da economia internacional deram à tônica dos trabalhos realizados no evento. Em todo o mundo, assistiu-se a uma avalanche de previsões feitas por economistas, empresários e autoridades governamentais quanto aos efeitos da recessão da economia estadunidense sobre o desempenho das economias localizadas em diferentes países e regiões do planeta.

             Diante desses dados, cabe fazer uma análise do processo de inserção externa da economia brasileira, a conjuntura internacional é quem determina a dinâmica interna, com relação ao setor externo, e sabendo que os fluxos financeiros têm papel preponderante nessa dinâmica, começa-se a análise da inserção externa brasileira sob a ótica financeira e comercial, pois sua lógica é fundamental para buscar o entendimento a respeito dessa crise.  Mesmo com esses dados revelados pela “VEJA” é impressionante que nosso PIB esteja sempre próximo ao do Haiti, pelo menos agora o governo tem uma desculpa internacional para esses resultados vergonhosos que conseguimos produzir graças ao péssimo sistema tributário e ao custo Brasil, imaginemos então se tivéssemos uma disciplina político partidária com realmente responsabilidade social, civil e econômica chegaríamos a paridade dos países de primeiro mundo. 

O Comitê de Política Monetária do “BC” premido pela crise decidiu reduzir a Selic em 1,5 ponto percentual taxa básica de juros. Os juros foram rebaixados de 12,75% para 11,25% ao ano. Voltou-se à taxa que vigorava em março de 2008, a menor da história.A despeito disso, o Brasil continua ostentando uma das taxas de juros mais azedas do mundo. Em termos nominais, o Brasil fica mais bem-posto do que Venezuela (17,06%), Rússia (13%), Turquia (11,50%) e Argentina (11,38%). Considerando-se os juros reais (descontada a inflação), o Brasil ocupa o topo do ranking mundial, com uma taxa de 6,51% ao ano. Isso implica dizer que o próprio governo reconhece que serão nefastos os efeitos da crise sobre a economia brasileira nesse primeiro trimestre de 2009.


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